sexta-feira, 29 de abril de 2011

Chuva eu peço que caía devagar

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Dia chuvoso,
Clima bom
bom para dormir,
bom para namorar,
bom para dormir de novo (rs)
A chuva só não deve ser muito boa para os desabrigados
E dói pensar neles, não poder fazer nada
E saber que toda essa injustiça social
É culpa da nossa ambição,
Todo mundo querendo mais, sempre mais,
sem se importar com quem tem menos, sempre menos
Nem sei se posso dizer que amo ao meu próximo como a mim mesma, porque
se eu ver alguém vestido em trapos se aproximando eu vou querer me afastar com medo
Porque na sociedade em que vivemos, temos que ter medo uns dos outros, como amar a quem tememos?
Nem estava pensando em terminar este post assim, mas assim são os pensamentos
fluem, desabrocham e saem do nosso controle.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Ainda sobre o massacre em Realengo

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O texto que segue abaixo foi publicado pelo Observatório da Imprensa.

REALENGO, 7/4/2011

Indignado com o mal, colunista ataca Deus

Por Michelson Borges em 12/4/2011

Cada vez que ocorre algum massacre com vítimas inocentes, a revolta e a indignação se levantam e ganham a mídia. Desconhecendo (ou ignorando) a origem e o destino do mal, certos ateus procuram algo ou alguém para descarregar seu grito incontido – e frequentemente erram o alvo. No caso específico do massacre perpetrado pelo jovem Wellington Menezes de Oliveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, na manhã do dia 7 de abril, quem foi realmente culpado? Os alunos, que na infância do assassino praticaram bullying contra ele? A família, que ainda nem foi reconhecer o corpo dele no IML? A sociedade hipócrita, que adora programas que revelam o mundo-cão e enche salas de cinema para ver filmes que esbanjam violência? A falta de segurança de muitas escolas? A mídia, que espetaculariza crimes como esse e ajuda homicidas mentalmente perturbados na civilização da imagem a sair da invisibilidade frustrante? Os videogames que ele jogava? Os que venderam a arma para o bandido? Não. Para Arnaldo Jabor, o culpado é Deus!

Não gosto de fazer o tipo de análise que segue, nem me valer de momentos de luto e dor para criticar esse ou aquele comentário, mas achei as palavras de Jabor tão impróprias (veja o vídeo aqui), que resolvi não me calar. Tenho amigos ateus com os quais é possível manter diálogo respeitoso e que sabem separar uma coisa da outra. Imagino que alguns deles também devem ter ficado incomodados com o que ouviram do jornalista e cineasta que se valeu do alcance da “Vênus platinada” para espalhar aos quatro ventos suas opiniões enviesadas.


A caricatura de uma religiosidade

A Folha de S.Paulo do dia 8 de abril informou que a mãe adotiva de Wellington, já falecida, era testemunha de Jeová. Numa carta escrita antes de cometer o crime, Wellington registrou: “Preciso de visita de um fiel seguidor de Deus em minha sepultura pelo menos uma vez, preciso que ele ore diante de minha sepultura pedindo o perdão de Deus pelo que eu fiz rogando para que na sua vinda Jesus me desperte do sono da morte para a vida eterna.” Além disso, o rapaz também lia o Alcorão.

Pronto, eram os ingredientes ideais para a indignação dos ateus generalistas que vivem tomando o todo pela parte. Jabor não foi atrás da informação fornecida pelo site R7, por exemplo, que entrevistou psiquiatras e especialistas em doenças mentais. Segundo eles, o documento e outros indícios revelam claramente que o jovem vivia uma ruptura com a realidade. “Os indícios levam a crer que o atirador era psicótico e tinha uma doença mental”, explica a psiquiatra forense Lícia de Oliveira, do Hospital das Clínicas de São Paulo. “O conteúdo místico e religioso da carta é comum nos psicóticos. Os familiares e amigos dizem que ele era isolado. Tudo leva a crer que é um psicótico, que sofre com quebra de realidade.”

Infelizmente, Wellington não é o único que sofre com problemas de “quebra de realidade”. Há aqueles que, mesmo não aparentando psicose, distorcem a realidade a seu bel-prazer. Parece que esse é o caso de Jabor (pelo menos nesse comentário apressado e infeliz). Já li textos bons e lúcidos do cineasta, mas essa crítica me atingiu, sim, pois sou religioso, creio em Deus e não me vi refletido na crônica dele. Vi, sim, a caricatura de uma religiosidade que parece irritar o comentarista global – e que irrita a mim também, tanto quanto a crítica infundada e injusta.

O exemplo do fundador do cristianismo

Se eu quisesse ser injusto com ateus como ele, lembraria (porque a mídia secular parece esquecer) que, segundo O Livro Negro do Comunismo, os regimes comunistas ateus foram responsáveis por mais de 100 milhões de mortes, muito mais do que as mortes causadas pela Inquisição e pelas Cruzadas juntas, execráveis como foram. Mas não quero descer o nível como fez meu colega de profissão porque sei que nem todos os ateus e comunistas são assassinos e entendo que o fundamentalismo fanático pode acometer religiosos e políticos, entre outros.

Também não desejo ser injusto com os ateus darwinistas ao lembrar as memórias de Traudl Junge, secretária de Hitler durante a 2ª Guerra. Ela relata, no livro Até o Fim, suas impressões a respeito do führer enquanto conviveu com ele e seus colaboradores na “Toca do Lobo”, como era chamado o quartel-general nazista. Num dos trechos do livro, Traudl revela a filosofia de vida e o relacionamento de Hitler com a religião:


“[Hitler] não tinha qualquer ligação religiosa; achava que as religiões cristãs eram mecanismos hipócritas e ardilosos para apanhar incautos. Sua religião eram as leis da natureza. Conseguia subordinar seu violento dogma mais facilmente a elas do que aos ensinamentos cristãos de amor ao próximo e ao inimigo. `A ciência ainda não chegou a uma conclusão sobre a raiz que determina a espécie humana. Somos provavelmente o estágio mais desenvolvido de algum mamífero, que se desenvolveu do réptil a mamífero, talvez do macaco ao homem. Somos um membro da criação e filhos da natureza, e para nós valem as mesmas leis que para todos os seres vivos. Na natureza a lei da guerra vale desde o começo. Todo aquele que não consegue viver, e que é fraco, é exterminado. Só o ser humano e, principalmente, a Igreja, têm por objetivo manter vivos artificialmente o fraco, o que não tem condições de viver e aquele que não tem valor” (p. 104).

Também conheço darwinistas que não pensam como Hitler e que seriam incapazes de fazer mal a uma mosca. Por isso, não usarei a tábua rasa de Jabor, que considera a religião (e, por extensão, os religiosos) como o mal do mundo, quando a religião, se bem praticada, poderia ser exatamente a solução para este planeta que agoniza sob o efeito do pecado. Por que Jabor et al não focalizam o exemplo do fundador do cristianismo, Jesus Cristo, que deu a vida para salvar a de muitos outros? Ou mesmo o exemplo de Francisco de Assis, madre Teresa de Calcutá e tantas outras pessoas que revelaram o verdadeiro amor desinteressado motivado pela fé?


Dias piores virão

Mas eu entendo a indignação de Jabor, que, na verdade, é a de todos nós, seres humanos impotentes diante de certas tragédias que explodem em nossa vida ou em nossas telas. Diante desses horrores, alguns reagem de um jeito, outros, de outro. E outros ainda tentam encontrar um culpado, como se isso amenizasse a dor.

Ao tratar dos conceitos de bem e mal, inevitavelmente estamos falando de uma ordem moral. Mas quem decide o que é certo e errado? Se não existe moral objetiva e um ponto de referência superior para essa moralidade, que eu e muita gente cremos ser Deus, o que havia de errado, por exemplo, no que Hitler fez? Por que considerar a pedofilia e o estupro moralmente errados? É como se os ateus que se baseiam no argumento da dor e do mal para refutar a ideia de Deus estivessem nos dizendo: “Não existem sistemas morais atuando neste mundo, mas vejo coisas moralmente condenáveis.” Em algumas culturas, as pessoas amam ao próximo. Em outras, elas o devoram. O que você prefere?

Quando ateus como Jabor fazem juízos de valor, estão, na verdade, recorrendo sem saber à lei de Deus gravada no coração deles. Não há como explicar como essa intuição relativa à moralidade poderia ter evoluído da matéria bruta. Na verdade, até o amor se torna inexplicável do ponto de vista materialista. Para crer que não existe ordem moral é preciso pressupor o conhecimento de como seria uma ordem moral. Então, por que a opinião de uma pessoa a respeito do que seria uma ordem moral deveria ser melhor que a de outra pessoa?

Sobre a dor e o sofrimento, o ex-ateu indiano Ravi Zacharias explica que “existe uma diferença fundamental entre Deus permitir que ocorra uma morte e eu tirar a vida de outra pessoa: Deus tem o poder para restituir a vida, eu não. A história do mal é parte de uma grande narrativa. Ignorar a narrativa maior [o grande conflito entre o bem e o mal] é continuar levantando os detalhes sem aceitar o geral”.

Jabor está preocupado com os “detalhes” – tristes detalhes, é verdade. E, sinto muito dizê-lo, ficará cada vez mais assustado à medida que o tempo passa e que o amor vai se esfriando no coração de muita gente.

Dias piores virão, mas, acreditem, a culpa não é de Deus. Na verdade, a solução virá d´Ele. De forma definitiva.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Sobre o ataque à escola no RJ

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Um ex-aluno entra em uma escola fingindo ser um palestrante e atira em estudantes.
Doze alunos morrem.
Ele se mata.
Até onde vamos ter que noticiar e ver noticiada esse tipo de notícia?
A violência tem nos cercado e engolido cada vez mais rápido.
Enquanto nos prendemos dentro das nossas casas, pois nem na escola nossos filhos tem segurança.
Enquanto vivemos com medo, o sistema está por aí, à solta.
O sistema põe nos bolsos o dinheiro, o nosso dinheiro que deveria ser investido em segurança, em educação.
Os governantes em quem votamos, não se importam.
E mais crianças morrem, mais adultos morrem.
Mais violência cresce.
Estou de luto, pelas mães que choram a morte dos seus filhos.
Estou de luto, pela inércia das pessoas que detém o poder.
E de luto pelo fato de que foi eu e você que os puseram lá.

 

Edriele Figueiredo Copyright © 2012 Design by Ipietoon Blogger Template